Quando da fundação do Departamento de Pediatria em 1968, a disciplina de Endocrinologia Pediátrica estava incorporada à então disciplina de Metabolismo, Nutrição e Endocrinologia Infantil.

Fazendo parte da segunda turma da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (FCMBB) e em decorrência do interesse em continuar na carreira universitária, após a conclusão do 2º ano de Residência em Pediatria, o Prof. Dr. Antonio Caetano Pereira Simões foi convidado pelo Professor Fernando José de Nóbrega, chefe do Departamento de Pediatria naquela época, a realizar treinamento em Endocrinologia Pediátrica como médico Residente, na Fundación de Endocrinologia Infantil do Hospital de Niños Ricardo Gutierrez, da Universidade Federal de Buenos Aires, Argentina, centro de referência internacional em Endocrinologia Infantil, dirigido, naquela época, pelo Professor César Bergadá, com um corpo docente altamente qualificado e elevado nível de pesquisas na área endocrinológica.

Durante um ano, o Prof. Simões teve a oportunidade de nos familiarizar com as mais variadas afecções endócrinas prevalentes na infância e adolescência e adquirir a capacitação necessária para desenvolver atividade de ensino, assistência e pesquisa endocrinológica em pediatria.

A partir de março de 1973, o Prof. Simões retorna da Argentina e inicia as atividades de atendimento aos pacientes com afecções endócrinas ainda contratado como pediatra geral e, a partir de dezembro daquele mesmo ano, assume o cargo de Professor Assistente, junto ao Departamento de Pediatria da FCMBB. Em virtude de regulamentação curricular, a disciplina de Metabolismo, Nutrição e Endocrinologia Infantil foi desmembrada, constituindo-se a Endocrinologia Pediátrica como disciplina isolada do curso de graduação em medicina e como Especialidade da Residência de Pediatria, com duração de um ano.

Apesar da carência de Pediatras com especialização em Endocrinologia Pediátrica, provavelmente devido ao pouco interesse na área e em virtude de especialidades talvez mais atrativas, apenas em 1996 a disciplina teve o seu primeiro médico residente na disciplina, o Dr. Claudinei da Costa. A partir de então, a cada ano, o nosso serviço tem contado com um ou mais médicos residentes, vindos de diferentes pontos do país.

De 1973 até 1986, as atividades ambulatoriais eram desenvolvidas às terças-feiras, no período da tarde;. O atendimento médio, durante esses anos, foi de 280 pacientes ao ano. A partir de então, com a participação de médicos residentes na disciplina, houve aumento progressivo do número de pacientes atendidos e, desde a implantação do Programa de Dispensação de Medicamentos Excepcionais pelo Ministério da Saúde, o serviço de Endocrinologia Pediátrica é centro de referência para avaliação de crianças com enfermidades endócrinas que necessitam receber medicamentos de alto custo, fornecidos aos usuários do Sistema Único de Saúde.

Toda a atividade de ensino, pesquisa, extensão e pós-graduação em Endocrinologia Pediátrica foi exercida pelo Prof. Simões de dezembro de 1973 a outubro de 2013, época de sua aposentadoria. Sob sua orientação direta, foram formados 17 médicos especialistas em endocrinologia pediátrica.

Após sua aposentadoria, a disciplina passou a ser coordenada pelo Dr. Gil Kruppa Vieira. A partir de 2014, foram ampliados o número de ambulatórios, com aumento na complexidade dos casos atendidos e, a partir de 2016, época em que houve reestruturação do programa de residência médica em pediatria, a disciplina passou a receber o residente de 3º ano do programa deste hospital.

Dr. Gil (atual responsável pela disciplina) e o Prof. Simões
Foto com o prof. Antonio Simões (Out/2018)

Os esforços despendidos para manter um bom padrão de assistência e ensino a nível de graduação, residência e pós-graduação, exigiram inúmeros sacrifícios, mas foram compensados, pois a necessidade de dar atenção aos pacientes e seus familiares, a alunos, residentes e estagiários da disciplina sob a responsabilidade da disciplina, permitiu o desenvolvimento de um profundo relacionamento com os mesmos, criando um sólido vínculo da relação médico-paciente e de amizade.

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